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BREVE RESENHA HISTÓRICA

Paróquia da Encarnação

 

CRIAÇÃO, ORAGO E SEDE

A Paróquia da Encarnação tem a sua sede da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, ainda que adstrita a ela estejam algumas zonas populacionais pertencentes à freguesia de Câmara de Lobos. O seu orago é Nossa Senhora da Encarnação e foi criada por alvará de 24 de Novembro de 1960 e instalada a 1 de Janeiro de 1961, tendo, na altura, 3000 almas.

Surgiu esta igreja na sequência da criação, por Decreto Episcopal de 24 de Novembro de 1960, da paróquia de Nossa Senhora da Encarnação, que teve como primeiro pároco o padre Manuel Carlos da Silva e, por primeira sede, ainda que provisória, a capela de Nossa Senhora da Encarnação. Para além de ser privada e de se situar fora do centro do agregado que constituía a paróquia, esta capela não possuía capacidade para responder às necessidades de uma sede paroquial. Por esse facto, desde logo se fizeram esforços no sentido de construir um novo templo com a localização e capacidades adequadas às exigências paroquiais, recaindo a escolha num lugar denominado de Pico, onde no dia 4 de Setembro de 1966, num acto presidido por D. João António da Silva Saraiva, teve lugar a cerimónia de lançamento da primeira pedra [1][2].

Na sessão camarária de 24 de Junho de 1964 foi presente um requerimento do Padre Manuel Carlos da Silva, no sentido da construção da igreja de Nossa Senhora da Encarnação.

A bênção da Igreja paroquial de Nossa Senhora da Encarnação viria a ter lugar cerca de um ano depois, no dia 27 de Agosto de 1967, tendo novamente presidido ao acto o Bispo D. João António da Silva Saraiva [3][4].

Contudo, apesar de realizada a bênção, as obras de construção da igreja não estavam concluídas e haveriam de continuar nos anos seguintes.

Conforme texto publicado num folheto distribuído à população, em Junho de 1968, onde se dava conta do estado em que se encontrava o templo, referia-se a propósito da capela mor que o altar era provisório e o pavimento, degraus, parede e tecto estavam por acabar. Em relação à frente da igreja referia-se que não tinha portas nem cantarias, fazendo-se o acesso ao templo através de uma porta lateral, e que o adro, sob o qual haveria de ficar o salão paroquial, ainda não havia sido construído, o mesmo acontecendo com a torre da igreja e casa paroquial.

Os anos entretanto foram passando e apesar de várias obras terem tido lugar, nomeadamente no interior do templo, só a 10 de Outubro de 1995, é que seriam inauguradas as obras de arranjo do adro e arredores, a construção do salão paroquial, sanitários e ainda de um espaço destinado a um centro social paroquial [5], este já da iniciativa do actual pároco.

Na altura, estavam previstas uma remodelação do interior da igreja paroquial, a construção de uma torre sineira, a edificação de uma casa paroquial e a construção de salas para catequese, pretensões que com excepção das salas de catequeses, continuam a aguardar melhores dias.

LIMITES

O seu limite a Norte é constituído pelas Serras da Rocha Alta e Fajã das Galinhas até à Boca dos Namorados. 
A Sul, da ribeira Fernanda segue a linha de água da levada da Encarnação até ao caminho do Covão. Continua, para leste, por uma linha recta, que passa atrás da casa de Manuel Figueira Faria Pitote e pelo limite sul do sítio da Fajã, terminando na ribeira dos Socorridos. 
A leste o seu limite é constituído pela Ribeira do Socorridos. 
A Oeste o seu limite é constituído pela Ribeira Fernanda.

PÁROCOS

O primeiro pároco da paróquia de Nossa Senhora da Encarnação foi o padre Manuel Carlos da Silva, nomeado, para o efeito, por provimento de 16 de Dezembro de 1960. A ele caberia a responsabilidade e a árdua tarefa da construção da igreja paroquial. Seguiu-se o padre Manuel Jorge Fernandes Neves, o padre José Luís Gouveia de Sousa sendo actualmente pároco o Padre Alexandre Henrique Jorge, ofm.

 

BREVE RESENHA HISTÓRICA

Capela das Almas


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPELA DAS ALMAS DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA ENCARNAÇÃO

 

A capela com a invocação às Almas, existente na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, encontra-se situada no sítio da Vargem e foi mandada construir em finais de 1766, princípios de 1767 peloAlferes Pascoal Pestana Ennes .

Depois de erecta e vistoriada a capela foi benzida em data que se desconhece, mas que deverá ter sido próxima do dia 22 de Junho de 1767, data da Provisão dando autorização para nela se celebrar .

Pascoal Pestana Ennes era natural do Estreito de Câmara de Lobos, onde terá nascido por volta de 1700. Faleceu a 5 de Outubro de 1772 [1], tendo sido sepultado na sua capela com a invocação das Almas e de que ele fôra seu instituidor.

Era filho de Francisco Pestana e de Mariana de Faria. Casou-se, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos a 17 de Agosto de 1768, quando contava já com cerca de 70 anos, com Teresa Maria Pinto, nascida a 23 de Julho de 1727 e falecida no Funchal a 8 de Junho de 1818 e sepultada na capela das Almas, filha de Gaspar Pinto da Silva e de Antónia Gonçalves. Deste casamento nasceria um único filho, que no livro de registo de óbitos de Pascoal Pestana Ennes surge com o nome de João Alberto, mas que corresponde ao coronel de milícias João Gualberto Pinto, a quem nomeia seu herdeiro universal.

No seu testamento pio, faz referência aos nomes de suas falecidas tias: Ana Faria e Domingas Faria, bem como a um seu tio de nome Tomás de Sousa.

Desta forma, sucede a Pascoal Pestana Ennes, na posse da capela das Almas seu filho, o coronel de milícias João Gualberto Pinto (1769-1833), que dada a sua profissão de militar tinha residência mais ou menos permanente em Lisboa, ainda que se deslocando frequentemente à Madeira.

João Gualberto Pinto (1769-1833) era natural da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos onde nasceu ao sítio da Vargem a 5 de Julho de 1769 tendo-se baptizado a 12 do mesmo mês e faleceu a 29 de Novembro de 1833. Viveu maritmalmente, ainda que sem nunca se casar, com Luísa Margarida do Monte, de quem teve quatro filhos: João Gualberto Pinto (1816-1899), nascido a 26 de Janeiro de 1816 e baptizado na Sé do Funchal, tendo sido colega de Almeida Garrett; Constâncio Pestana Pinto, nascido a 11 de Fevereiro de 1821 e baptizado em Santa Isabel, em Lisboa; Maria Teresa Pinto, nascida a 4 de Novembro de 1822 no Oceano Atlântico, entre Lisboa e Funchal e baptizada em Santa Luzia, motivo porque também é conhecida por das ondas do mar, e Francisco Pinto da Silva, nascido a 24 de Dezembro de 1818, baptizado na paróquia de Santa Luzia, tendo-se depois fixado em Lisboa.

Por morte do coronel João Gualberto Pinto (1769-1833), passou a capela a pertencer a seu filho primogénito, o capitão João Gualberto Pinto (1816-1899), que de acordo com a escritura ante-nupcial de 16 de Setembro de 1867 lavrada a fls. 26 do Livro 1º do notas do tabelião Freitas Henriques, de Câmara de Lobos, viria a casar aos 55 anos de idade com Maria Apolónia Barbeito, de 54 anos de idade, nascida na freguesia da Calheta e falecida a 17 de Novembro de 1889. Era filha de João Barbeito e de Maria Nascimento e viúva de João de Freitas, de quem havia tido quatro ou cinco filhos.

De acordo com testamento feito pelo coronel João Gualberto Pinto (1769-1833) a 11 de Junho de 1827 e registado no Livro de Notas nº 122 a fls.78vº do Tabelião Januário Francisco da Costa, a capela da invocação das Almas dentro e pegado à casa da residência da quinta da Várgea do Estreito de Câmara de Lobos se acha completa de todos os precisos [...], a qual deixa aos [...] seus quatro filhos, para que possam nela ser sepultados, querendo, ou algum de seus descendentes, sendo administrada pelo herdeiro João Gualberto Pinto que a tomará a seu cuidado, conservando a alampada de prata com a firma dele inventariante e tem de peso trinta e seis marcos e quarenta e cinco oitavas de prata a qual jamais se tirará da dita capela, e na falta do dito herdeiro passará a mesma obrigação a quem passar a dita casa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Da relação do capitão João Gualberto Pinto (1816-1899) com Maria Apolónia Barbeito viria a nascer Amélia Teresa Pinto a quem viria a transmitir a propriedade da casa e administração da capela.

Amélia Teresa Pinto Gonçalves casou na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, no ano de 1867 com Isidoro Gonçalves Figueira Júnior, filho de Isidoro Gonçalves Figueira  e de Luísa Júlia de Freitas [2], tendo tido oito filhos:

1. Frederico Gonçalves Figueira, natural da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, onde nasceu a 18 de Julho de 1868 (L. Reg. Bap. Estreito, fls. 28vº.) e onde faleceu a 3 de Abril de 1944. Apesar de não ter casado, supõe-se que tenha tido filhos naturais e perfilhou:

2. Maria Aldora Figueira, nascida a 29 de Dezembro de 1906, na freguesia de São Pedro, no Funchal (registada na igreja de São Pedro a 4 de Agosto de 1907 sob o nº. 190, fls. 97) e  perfilhada a 29 de Outubro de 1915 (Conservatória do Registo Civil do Funchal, assento nº. 11).  Maria Aldora casou a 30 de Abril de 1945 na igreja de Santa Luzia com Eduardo Justino de Matos, de quem não houve descendência.

1. António Gonçalves Figueira. Tudo leva a crer quem em Março de 1895 António Gonçalves Figueira se encontrava estabelecido como comerciante em Buenos Aires - Argentina, altura em que adquire a seu tio paterno João Isidoro Gonçalves uma herança que este havia recebido em consequência da morte de seus irmão Francisco Teodoro Gonçalves Figueira.

1. Amélia Teresa Gonçalves (Barros). Casou com Jordão Ludgero Drummond de Barros, natural do Estreito de Câmara de Lobos, onde nasceu, no sítio da Ribeira Fernanda, por volta de 1868. Era filho de Gregório Naziaziano Drumond de Barros e de Ana Baptista Jambaro e provavelmente neto paterno do tenente José Drumond de Freitas Henriques e de Josefa Maria Júlia de Barros, casados em 1815, naturais do Estreito de Câmara de Lobos, onde residiam ao sítio da Ribeira Fernanda . Amélia Teresa Gonçalves Barros e Jordão Ludgero Drumond de Barros terão tido pelo menos três filhos:

2. Gregório Geraldo Drumond de Barros. De acordo com o Diário de Notícias de 8 de Agosto de 1923,  por esta altura tinha frequentado a instrução primária e feito exame de admissão ao liceu, tendo ficado aprovado. Terá emigrado para o Brasil ou para África, onde terá casado.

2. Pascoal Justino Drumond de Barros que, de acordo com o Diário da Madeira de 23 de Julho de 1940, estava por essa altura noivo de Georgina Pestana Reis, irmã de Manuel Pestana Reis, deputado e director do Correio da Manhã, mas com quem nunca terá chegado a casar, uma vez que terá falecido solteiro e sem descendência. Sempre teve residência no sítio da Ribeira Fernanda, onde provavelmente terá nascido e onde terão tido residência seus pais.

2. Jordão Paulo Drumond de Barros, que casou e teve descendentes.

1. Maria da Conceição Gonçalves. Nasceu na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos a 6 de Dezembro de 1877 e faleceu no Funchal em 1962.

1. Carlota Maria Gonçalves. Faleceu solteira no Rio de Janeiro.

1. Alfredo Isidoro Gonçalves. Natural da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos onde nasceu em 1882, tendo falecido no Funchal a 20 de Março de 1965.

1. Isidoro Gonçalves Figueira. Casou com Augusta da Conceição Gonçalves.

1. José Isidoro Gonçalves Figueira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por morte de Amélia Teresa Pinto Gonçalves, a capela viria, por doação, a ficar na posse de duas das suas filhas: Maria da Conceição Gonçalves e Carlota Maria Gonçalves que por sua vez a doaram ao seu irmão mais novo, José Isidoro Gonçalves Figueira.

Por morte de José Isidoro Gonçalves Figueira ficou a capela a pertencer aos seus filhos: Maria Isabel dos Reis Pestana; Antonino Isidoro Gonçalves; Amélia Teresa dos Reis Figueira de Andrade; Avelino Isidro Gonçalves; José Alberto da Conceição Gonçalves; Miguel Gregório Gonçalves, já falecido, e a Cecília dos Anjos Figueira Ferraz Simões, todos os outros radicados no Brasil.

Próximo ao ano 2000, foi esta capela doada à paróquia de Nossa Senhora da Encarnação, sob cuja jurisdição eclesiástica estava.

Possui esta capela um lampadário de prata que, em consequência de falta de condições de preservação, foi colocado transitoriamente à guarda do museu de arte sacra.

Ainda que, ao que tudo leva a crer, mantendo a sua traça primitiva, esta capela terá sido ao longo dos anos alvo de obras de manutenção e restauro. Em Abril de 1928 terá passando por diversos melhoramentos entre eles das pinturas e dourados pelo hábil artista José Fernandes Camacho [3].

Bispo benzeu novo altar da Capela das Almas

Pequeno templo 'reabre' após obras de conservação e restauro

O Bispo da Diocese do Funchal esteve ao final da tarde de hoje 25 de junho de 2010 na Capela das Almas, na paróquia da Encarnação, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, onde procedeu à bênção do novo altar do pequeno templo.

Construída em finais do século XVIII, só há uma dúzia de anos é que a capela foi doada à paróquia local, tendo sido mais recentemente alvo de obras de recuperação e restauro. Concluída a 'reconstrução', a capela reabriu hoje para a prática religiosa, na presença de Dom António Carrilho e de dezenas de fieis, a maioria dos quais teve de assistir à missa do exterior por manifesta falta de espaço no seu interior.


[1]      Livro 353 de registo de óbitos da freguesia do Estreito, fls.119.

[2]      Eram também filhos de Isidoro Gonçalves Figueira (Sénior) e de Luísa Júlia de Freitas, António Isidoro Gonçalves, fundador da empresa vinícola A. IZIDRO GONÇALVES e também um dos proprietários da Casa de Henry Veitch no Funchal, actual Instituto do Vinho da Madeira; o Padre José Isidoro Gonçalves Figueira.; João Isidoro Gonçalves que se terá licenciado em Medicina e que, em 23 de Março de 1895, era facultativo municipal de Alhandra e ainda Francisco Teodoro Gonçalves Figueira, que terá falecido provavelmente solteiro ou sem descendência,  em data anterior a Março de 1895

[3]      Diário de Noticias

Amélia Teresa Pinto
Carlota Maria Gonçalves
José Gonçalves Figueira
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